Me despedi da jogatina e debandei do local
Bebi todas no dia, não comprei sonrisal
Foi me dando azia a carteira vazia
Calafrios eu sentia subindo a espinha dorsal
Dei partida no carro acendi um cigarro
Eu cuspi um catarro, pus a primeira e sai
Ao dobrar a esquina, acabou a gasolina
Já são três da matina deixei o carro e segui
Era uma noite tão formosa e eu não via ninguém
Ruas desertas tô alerta e paranóico também
Mas deixo o medo de lado e pego mais um
Marlboro e antes de botar fogo temo um mau agoro
De repente do outro lado da calçada
Um sujeito surge tipo alma penada
Ele me diz 'oh zé mané, manda um cigarro pra cá'
Eu só respondo tem coragem? então venha buscar!
Vem que eu já tô na febre
Na zica mais de mil fita
Na mente até deus dúvida
Não espere que eu pegue leve
Ah é? se num consegue se livrar de mim
Seu breque se envergue
E traga logo na minha mão seu moleque
Na mão? se quer na mão
Vai ser mão na sua cara, troco soco e tapa
Mirando o seu nariz, treta é treta, mata ou morre,
homem não corre, troca até umas horas e pede biz
Ah tá, se é valente então?
Viu onde veio parar nessa escuridão
Pra onde eu vou te arrastar
Sou seu mal estar não pode fugir vai ter que lutar
Se preferiu estar no inferno do que no seu lar
Doncesão: quem é você?
Dr.caligari: sou eu
Doncesão: o que se quer ?
Dr.caligari: o seu
Doncesão: como é que é ?
Dr.caligari: você mereceu vim fazer seu mal
Doncesão: por quê?
Dr.caligari: olha pra sua vida como está,
Parou de pensar, derrotado só falta empurrar,
Está caído vou pisotear te bater, espancar,
Pra machucar e receber o que você tem que pagar, é treta!
Doncesão: e eu não me rendo
Dr. caligari: na luta
Doncesão: eu tô sangrando
Dr. caligari: caiu ?
Doncesão: tô levantando e lutando até o final
Dr. caligari: fudeu!
Doncesão: tô dentro da luta
Levando uma surra, a cada soco na cara
Para parece tortura a noite escura
Noiz na calçada na madrugada
Já tá foda de agüentar
Rezando pra não acabar, acabado na sarjeta
E o sujeito na sarjeta, tá torto mas se indireita
Ligeiro fico na espreita, pra derrubar, largo
Sua moringa de pinga, veio na ginga
Me xinga, e dizendo não adianta rezar
Agora vai, vai tem corpo cai
Essa mandinga sai, mas só quando começo a rezar
O creio em deus pai ele se esvai
E se dissipa feito fumaça
Essa ameaça, tipo pipa que foi cortada e cai
Muito obrigado o pai livrai-me da fera maldita
Quantas frases benditas da minha boca saem
Só assim entendi essas fita mais
Quem acredita que envocando o bem as maldades caem
Melhorei da azia os calafrios já passaram
Com as ruas vazias meu manos logo me acharam
Pego meu carro de volta, ligo o rádio já era
De volta pra minha área, bem longe da besta fera