Eu saí por aí
Nas ruas de Sampa. Já se passa das dez
Eu sei que não durmo, pois a noite sorri
Vou na bandeira dois, no corre de uns merréis
Venho da Zona Sul até a Zona Central
Subo até a Paulista
E desço pela Brigadeiro
Até a Bela Vista, legal
Famílias pobres habitam marquises
Num frio capaz de congelar as varizes
Mais adiante, faz sinal um passageiro
Em um restaurante
Na mente, gravo seu semblante
Devido às olheiras tão profundas
Que faziam que lembrasse
Um cadáver ambulante
À frente, pediu pra eu parar
Tem tremelique, saiu no pique, tem tique
Pediu que eu fique por lá
Num boteco sujo demais
Onde a gente entra e sai
Em 7 minutos vai e volta no gás, ó pai!
E ele pede que eu parta pro Blue Jeans
Balada na sul? Sim, quebrada do Brooklyn
No celular ele fala com a Ju
Manda avisar ao Raul
Que tá levando do azulzim
Ao destino eu cheguei
E a corrida foi boa pra mim
Eu peguei o dinheiro
E agora me sinto um cadáver
Com calça de brim
Pelos fundos da casa entrei
Sem ninguém me notar
Num corredor escuro andei
Então a festa eu pude alcançar